terça-feira, 29 de maio de 2012
O texto a seguir é um hiperlink do texto Inteligências Múltiplas.
A teoria das Inteligências Múltiplas na prática!
Promover ambientes educacionais amplos e variados, que focalizem as demais habilidades cognitivas — uma proposta prática que exemplifica o item escolhido é o trabalho com projetos interdisciplinares.
Além de se aproximarem do contexto e da própria vida do aluno, assim como possibilitam a atuação efetiva e a verificação e demonstração de resultados, os projetos incentivam o aluno a participar e produzir conhecimento consciente da sua contribuição para atingir um objetivo comum.
Pode-se sugerir um projeto que englobe todas as áreas do conhecimento, e que haja também a divisão de tarefas e o incentivo ao aluno para explorar suas habilidades e capacidades individuais para acrescentar seu conhecimento ao trabalho final.
Para melhor exemplificar, tomemos como tema “As Nações”. Onde o objetivo é ampliar os conhecimentos dos alunos sobre os países do mundo. Lembrando que cada aluno será responsável por uma ou mais tarefas de acordo com seus interesses e habilidades.
A inteligência espacial pode ser trabalhada através da confecção dos mapas, bandeiras e reprodução de obras artísticas de cada país. A inteligência cinestésica através das danças e dos esportes e práticas corporais mais praticados. A inteligência lógico-matemática pode ser trabalhada com a análise e criação de gráficos, estatísticas sociais e econômicas das nações. A inteligência musical com apresentações de músicas e peças teatrais específicas da cultura escolhida. A inteligência linguística pode ser desenvolvida através da análise de obras de autores, criação de poemas e narração das peças. A inteligência intrapessoal através de portfólios das atividades realizadas e autoavaliação. E a interpessoal é desenvolvida principalmente através da convivência e cooperação dos alunos e da comunidade escolar para a realização do projeto.
Dessa maneira, não há a centralização apenas no raciocínio lógico-matemático ou verbal, como acontece em muitas instituições escolares tradicionais. O que existe é a valorização de outras possibilidades cognitivas, ampliando e variando os ambientes educacionais, tornando-os favoráveis para a aprendizagem e desenvolvimento de potencialidades.
Comentário sobre o texto Quartiero: Gosto da forma com que a informática pode ser aplicada na Educação. Acredito que facilita para o professor devido as opções que ele tem para variar e ao mesmo tempo enriquecer a matéria. Também se torna atrativo para o aluno sair da monotonia. Pois hoje em dia o mundo da computação tomou conta do planeta e desperta cada vez mais o interesse principalmente dos jovens.
Como diz Levy, 1993 "um modelo digital não é lido ou interpretado como um texto clássico, ele geralmente é explorado de forma interativa". Então porque não sair da rotina se tudo anda a favor. Basta um pouco de paciência e boa vontade para se reciclar aprendendo sobre informática. Facebook, blogger e outros não tem muito mistério e a partir daí tudo fica menos complicado.
Piaget afirma que o sujeito não assimila objetos "puros" definidos por seus padrões físicos, mas assimila situações nas quais os objetos desempenham determinados papéis e não outros.
As representações não estão armazenadas na cabeça do sujeito, sendo usadas diretamente nas situações vivenciadas, mas são construídas a partir de modelos mentais flexíveis proporcionados pelo contexto, o que permite ao indivíduo atuar erusticamente e reconceituar, reconstruir e recolocar a experiência de muitas maneiras diferentes.
Esse impacto dos dispositivos técnico-informacionais na estrutura educacional inclui a necessidade da criação de uma cultura informática educativa que integre os instrumentos, tanto no nível de da concepção quanto no da prática relacionando informática com técnicas utilizadas pelo docente.
Como diz Levy, 1993 "um modelo digital não é lido ou interpretado como um texto clássico, ele geralmente é explorado de forma interativa". Então porque não sair da rotina se tudo anda a favor. Basta um pouco de paciência e boa vontade para se reciclar aprendendo sobre informática. Facebook, blogger e outros não tem muito mistério e a partir daí tudo fica menos complicado.
Piaget afirma que o sujeito não assimila objetos "puros" definidos por seus padrões físicos, mas assimila situações nas quais os objetos desempenham determinados papéis e não outros.
As representações não estão armazenadas na cabeça do sujeito, sendo usadas diretamente nas situações vivenciadas, mas são construídas a partir de modelos mentais flexíveis proporcionados pelo contexto, o que permite ao indivíduo atuar erusticamente e reconceituar, reconstruir e recolocar a experiência de muitas maneiras diferentes.
Esse impacto dos dispositivos técnico-informacionais na estrutura educacional inclui a necessidade da criação de uma cultura informática educativa que integre os instrumentos, tanto no nível de da concepção quanto no da prática relacionando informática com técnicas utilizadas pelo docente.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Gaiolas e Asas
Gaiolas e asas – Rubem Alves
Os pensamentos chegam-me de um modo inesperado, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que, frequentemente, também Lichtenberg, William Blake e Nietzsche eram atacados por eles. Digo atacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Os aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, este aforismo atacou-me: Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professores em escolas. O que eles contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E eles, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e os domadores com os seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que os fecha com os tigres. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes? Ou serão as escolas que são violentas?
As escolas serão gaiolas? Vão falar-me da necessidade das escolas dizendo que os adolescentes precisam de ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: as nossas escolas estão a dar uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ficam com uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Sabe o que é um “dígrafo”? E conhece os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual é a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professores, também engaiolados… São obrigados a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é um hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata a sua experiência com as escolas: Fui forçado (!) a estudar o que os professores decidiam que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira.
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que a inteligência era a ferramenta e o brinquedo do corpo, Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprender ferramentas, aprender brinquedos. Asferramentas são conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. Os brinquedos são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brinquedos, estão o resumo da educação. Ferramentas e brinquedos não são gaiolas. São asas. As ferramentas permitem-me voar pelos caminhos do mundo. Os brinquedos permitem-me voar pelos caminhos da alma. Quem está a aprender ferramentas e brinquedos está a aprender liberdade, não fica violento. Fica alegre, ao ver as asas crescer… Assim todo o professor, ao ensinar, deveria perguntar-se: Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for, é melhor pôr de parte. As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se as escolas são gaiolas ou asas.
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